sábado, 27 de agosto de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
O artista silencioso, a tela ignorada
“Eu sinto uma grande emoção ao
pensar que, espalhados pela cidade, neste ou naquele bairro modesto, aonde não
chega a sirene dos cinemas, há criaturas que passam a parte mais feliz do seu
dia pintando crepúsculos e fios d´agua, árvores e frutas, cabeças e torsos que
ninguém verá, nem para elogiar nem para atacar (perdão: para atacar, há sempre
público, e público que dispensa exame).
Penso nesse artista silencioso,
que não vai nem irá nunca à Europa fazer o mesmo que fazem alguns amenos
mocinhos beneficiados pela Escola de Belas-Artes: visitar o Louvre e a praça
Pigale, frequentar os dancings e voltar mais impermeável ainda à verdadeira
pintura. Artista sem medalha nem prêmio, obrigado, para manter-se, a exercer
misteres que vão desde a burocracia pacífica até a laboriosa confecção de
tabuletas, quando não até à incrível decoração de alpendres. Gosto desse
artista bonzão, que não protesta nem se suicida, e que todos os anos expõe a
sua tela ignorada na Exposição Geral de Belas-Artes de Minas Gerais.”
(Drummond, na crônica Do artista
desconhecido, 1930)
sábado, 13 de agosto de 2016
Anotações sobre cachoeiras
"1) Para se chegar a uma cachoeira é preciso, antes, percorrer uma trilha."
(Clique na ilustração abaixo e leia na íntegra a nova crônica escrita para O Salto. Crônica para confundir o que são pés, escrita, água. Crônica para se atentar à trilha.)
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