XIX
Um mal-entendido faz-te de cada jeito.
Lembro dos cachorros que escapavam
iam viver na rua de cima, sem asfalto.
Menos me assustavam as ausências
mas sim deixar a casa para trás
e se entregar ao caminho
que tinha uma vala tão grande na curva.
Os cães voltavam caramelos como o chão
e se eu ia lá chamar, mordiam-se as orelhas.
Às vezes tinha que atirar cascalhos,
fingida lançava, dissimulava pedras
pra que eles corressem de mim.
Foi o modo de ficarmos juntos.
- Júlia de
Carvalho Hansen
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