Um deserto branco, um lamento de sirenas.
Um bombardeio noutro lugar.
Um deus que não é muita coisa.
Uma estátua de praça que se banha
desligada.
Não morrer aos trinta e três.
Um vento na praia do Diabo
que leve as peças do gamão e estrague o rádio.
A política máxima:
pentear cabelos brancos nas ondas.
Uns sulcos na cara,
um passado que ameace enxurrada
que a erosão ameaça.
Uma caravana que só passou naquela música.
(Victor Heringer,
Automatógrafo, 2011, Ed. 7Letras)