(Desenho de Rogério Rodrigues para "Arribação")
O ano continua passando.
Chegamos ao mês 6.
Isso quer dizer que estamos na metade do ano e que conseguimos chegar até aqui.
Mais três crônicas foram publicadas na Revista Mormaço.
"Ao pai", de abril, foi uma crônica que trouxe à tona um processo de vida, muitas conversas importantes e o início de um trabalho terapêutico. Uma crônica que moveu o mundo por aqui. Demorei um ano para escrevê-la? 28 anos, o tempo que acumulei até então, talvez seja mais exato. 28 anos para me dirigir, por escrito, a ele. 28 anos para dizer a mim mesmo: “eu não sou filho de um pai, mas de um buraco”.
Em maio, publiquei o "Dicionário sem fim de espanhol-português", meu relato de viagem em forma de dicionário ou um dicionário em forma de relato de viagem. Foi bom brincar com as palavras estrangeiras, inventar sentidos possíveis e outras impossibilidades. Catei palavras como quem compra um souvenir.
Por fim, "Arribação" narra a visita de peixes ao ralo da minha pia. Junho tem sido um mês de mudanças, muitas, o que também significa muita água, muita. Com essa crônica aprendi que se reproduzir significa migrar e que a saudade, assim como o naufrágio, são coisas que invento.
Boa leitura!