terça-feira, 23 de julho de 2013

Em tempos de visita do Papa


Frequentava a igreja na manhã dos domingos
O que fazia na capela escura,
enquanto o dia aberto, ensolarado,
convidava-me à escadaria e aos morros?
A luz não se ajoelhava.
Meus pecados não sabiam que eu existia.
Rezar pareceu-me um sacrifício,
a espiral do peixe a seco,
contorcendo-se no banco de uma missa,
pedindo que não chovesse à tarde.
Deus falava uma língua adulta.


(Fabrício Carpinejar)

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