segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
“’Ok, vamos para minha casa’.
Eu não quero, ouviu! Eu não quero! Me deixe aqui! Eu não
preciso da sua ajuda. Eu quero ficar sozinha. Eu quero ficar. Que me importa
ser assaltada pelos marginais, estuprada pelos mendigos e comida pelos lobos?
Que me importa que a chuva me gripe, que o vento me derrube e o diabo me
carregue? Me deixe, que na minha história derramo vinho sobre sua toalha. Eu
engato ré no seu carro. Eu disparo todas as balas da sua pistola. Me jogue na
neve para que eu congele. Me cubra de terra para que o sol não me queime. E
abra as janelas para que eu pule. Me deixe sozinha para morrer. Me deixe à
mercê. Vá embora, e não apareça nunca mais por aqui. Esqueça que me conheceu.
Esqueça que não me conhece. Desista de tentar. Me conhecer é impossível, mesmo
com toda uma biografia. E uma funegrafia é o que eu pretendo escrever.
Não sei se ele entendeu. Mas foi.”
(Santiago Nazarian, A Morte sem Nome)
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Sê-los, o curta-metragem (2)
Fernanda,
tenho o hábito de ler alguma coisa boa antes de tentar
escrever algo importante; tentativa de depurar a linguagem, exercício de trazer
à tona as palavras certas, a ordem exata. Por isso, retomei a leitura de um
livro de boa literatura antes de começar a te escrever este agradecimento. Mas
não consegui prosseguir lendo. As palavras já estão engasgadas em mim, e, na
verdade, já estavam desde antes, quando você me enviou o curta e eu senti tudo
o que senti. Tentei ler algo bom antes de te escrever, porque queria te dar uma
resposta à altura da poesia que vocês filmaram. Por isso, desde já peço
desculpas pela tentativa frustrada. Estou de ressaca, as palavras não se firmam
dentro de mim, falo sem medir, sem trabalho. Você merecia mais.
Assisti ao “Sê-los” e você me avisou que ele ainda está sem
trilha e falta o “áudio tratado”, que não sei o que significa. Mas digo que gostei
absurdamente do barulho dos carros, das conversas de vocês por trás da câmera
falando do Festival de Gramado. Tudo tão natural que fez com que o sentido de
realidade se expandisse. Prestei atenção nos ruídos ao fundo até que as
palavras começaram. E como me doeram, as palavras! O ator, o personagem,
começaram a ler juntos a minha carta, e, de repente, palavras que antes eram
minhas, e me faziam todo um sentido pleno, passaram a ser deles, e eu me tornei
um espectador de mim mesmo. Me vi refletido, borrado, do jeito que talvez eu
seja, visto de fora. O Roberto tentava escrever uma carta, e ele escrevia e me
dizia palavras tão duras, tão duras: era do meu coração que se tratava. E sabe
quando te contam verdades, sem máscara, sem maquiagem? Sabe quando a verdade
dói? Sabe quando você se olha no espelho chorando, desesperado? Sabe quando o
único caminho possível para escapar da dor é a mentira? Você me fez sentir
assim de novo, Fernanda. Tive que parar o vídeo diversas vezes porque estava
doendo demais. Gritei.
Gritei sozinho no meu quarto escuro, fechado, gritei porque
não aguentava conter dentro de mim um eu expandido. Neste instante, tive a
impressão de um profundo silêncio, como se minha casa, e o resto do mundo,
tivessem parado neste exato segundo para me ouvir gritando, para perguntar se
estava tudo bem, se não havia mais um morto. Tive medo de virem ao meu quarto
correndo, e me encontrarem assim, pequeno – a verdade das minhas palavras ditas
para mim com outro tom, de outro jeito, me fez sentir pequeno. Mas ninguém
veio. A impressão de silêncio foi embora e o ruído retornou junto com os carros
e “a falta de trilha e de áudio tratado”. As palavras deram um tempo.
“Sem trilha, parece que o vídeo não tem fim, o filme acaba e
a gente não percebe”, você me avisou com cuidado. E foi mesmo assim. O curta
acabou, e eu, perdido, não vi. Fiquei assistindo de novo, sem perceber a
repetição, achando graça porque gosto do efeito cinematográfico clichê de a
primeira cena ser também a última. Acho bonito. Mas as palavras recomeçaram e
veio tudo à tona de novo, e eu pausei porque basta.
O “Sê-los” é maravilhoso, Fernanda! E eu te agradeço tanto,
a você e ao resto da equipe, pela sensibilidade, pelo cuidado, por ter me dado
outro tom, por ter me reinterpretado. Apesar da dureza que é se ouvir, foi
lindo, e agradeço ao ator que interpretou o Roberto por me entender, sem nunca
ter me conhecido.
Mas talvez a gente se conheça.
Eu, você, e o resto. Talvez haja um plano existencial onde a
palavra é a digital. Onde a personalidade se constrói escrita. A gente se
conhece, Fernanda. Todos nós nos conhecemos. Outro plano de existência e de
reconhecimento humano é o cinema, onde a palavra não está no punho, mas nos
olhos. E a gente transita: literatura, cinema, cinema, literatura.
Avise à Brenda que está tudo bem.
Entrar em colapso é uma maravilha.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Olhares poucos: Porto Alegre, RS
Quem procura acha
Nunca mais voltar
Paz no seu coração
Não tenho medo da vida
Estou louco por você
Amigo meu
Vacilou
Noite vem, noite vai
Daqui pra frente
Deus quis
(TNT)
Outubro/Novembro de 2013
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
“Quando chegam os dias claros, de sol quente, quando a nossa
alma, ofegando, sente a natureza despertar, já então não suportamos mais os
presídios circunvagados, as levas! E a liberdade que ferve alhures, de que
outros participam, torna-se o nosso desejo lancinante. Nessa estação do ano,
quando a primeira cotovia desfere o seu canto, começa por toda a Rússia, assim
como na Sibéria, a marcha dos vagabundos. É então que os filhos de Deus
abandonam as prisões e se internam nas florestas. Livres dos processos maçantes,
dos fossos, das cadeias e das chibatadas, vagueiam a Deus dará, por onde lhes
apraz, por onde se sentem mais livres, comendo e bebendo o que Deus lhes joga,
dormindo à noite nos bosques ou nas planícies, sem cuidados, sem regulamentos,
como pássaros sob o olhar da Providência, apenas dando ‘boa noite’ às estrelas
do firmamento. Nada de ilusões: muitíssimas vezes é duro estar a serviço do
general Cuco; passa-se fome, urge ser esperto; às vezes se fica mais de vinte e
quatro horas sem ver um pedaço de pão, é preciso se esconder de todo o mundo,
roubar, assaltar; uma vez ou outra cortar, até mesmo, uma garganta. ‘O colono é
como uma criança: o que vê, pega’, diz um ditado siberiano. Esse provérbio se
ajusta muito mais ao modo de ser dos andarilhos. É raro que sejam bandidos, mas
comumente roubam, e isso mais por necessidade do que por cupidez. É quase
impossível eles mudarem de vida. Muitos voltam de novo à vagabundagem, depois
que saem do presídio e quando a caminho das lavouras coloniais. Supor-se-ia que
essa nova condição de colonos os contentasse; mas não; atrai-os qualquer coisa
mais adiante; têm de caminhar.”
(Dostoiévski, em Recordações
da Casa dos Mortos)
P.S.: Já me despeço da obra e, daqui a alguns dias, ela
viajará de novo para minha estante, aguardando paciente um momento de saudade.
Despedir-se de um livro, e de seus personagens, do seu cheiro, do seu modo de
ver o mundo, é como se despedir de um amigo que vai embora. É como livrar-se de
um abrigo que foi seu, e só seu, por alguns instantes. É como deixar uma
lembrança de lado, sabe aquela lembrança de infância que a gente esquece quando
cresce? É como quebrar um laço, para criar outros, inclusive com esta obra
mesmo que se vai. Algumas obras nunca vão. Mas a convivência se perde; o levar na
mochila para todo canto que se vá. Pois chega a última página, a última página
adiada. E o livro termina. O mundo acaba. Os personagens seguem seu rumo, sem o
leitor no encalço. E este conhece outros mundos, pois há sede, desejo, a fome
de quem viaja. Ler é como ser vagabundo em tempos de primavera.
(outros trechos da obra aqui e aqui).
(outros trechos da obra aqui e aqui).
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Dor elegante
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Como se chegando atrasado
Chegasse mais adiante.
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha.
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra.
(Itamar Assumpção e Paulo Leminski)
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
A morte
Ela chamou vovó para passear e não voltou
Ela levou Luciano do hospital para Mariana
Ela pegou Henrique no acidente sem ao menos avisar
Ela veio desculpar-se e sua mãe a acompanhou
Ela é determinada e ganhou minha amizade
Desde o princípio de tudo ela esteve presente
Essa ausência de vida pra Vida seguir em frente.
(Antônio Claret Fernandes, padre, missionário e militante do
Movimento dos Atingidos por Barragens, MAB, na Zona da Mata Mineira. Hoje,
realiza trabalhos junto à Igreja e ao Movimento, na Prelazia do Xingu, Pará,
região amazônica, contra a Hidrelétrica de Belo Monte e em favor dos direitos
das atingidas e dos atingidos).
domingo, 6 de outubro de 2013
This boy - I´m from Barcelona
But there´s always gonna be this little boy inside of me
And there´s always gonna be this little girl inside of me
sábado, 5 de outubro de 2013
boletim do tempo
suponho que esteja chovendo em alguma cidade espanhola
neste momento
enquanto me sinto mal
deste jeito;
gosto de pensar nisso
agora.
vamos a um vilarejo mexicano -
isso soa bem:
um vilarejo mexicano
enquanto me sinto mal
deste jeito
as paredes amareladas pelo tempo -
aquela chuva
lá fora,
um porco se movendo em seu chiqueiro à noite
incomodado pela chuva,
os olhos diminutos como pontas de cigarro,
e seu maldito rabo:
pode vê-lo?
não consigo imaginar as pessoas.
talvez elas também estejam se sentindo mal,
quase tão mal quanto eu.
pergunto-me o que elas fazem quando se sentem
assim?
provavelmente não o mencionam.
dizem apenas,
"veja, está chovendo".
Assim é melhor mesmo.
(Charles Bukowski)
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Montes Claros/ MG
O calor é uma presença, um fato, alguém ao lado, falando
alto: emana dos poros, do concreto dos prédios, do branco da luz, do mercado,
dos amigos, assunto diário. Calor em tudo. Tudo iluminado. Seco. Dolorido.
Ardido. Quentura de gente. Corpo a corpo produzindo fogo. Povo produtor de
mormaço.
Mas num sexo interminável,
gozo.
Mas numa terra de desertos,
chuva.
Primavera/2013
As colagens de Fernanda
borrar a manhã com aquarela
o melhor do tempo quente
é poder banhar-se de suor
flor
vitrola
e chão
minúsculo o início do verso
pois minúsculo é tudo que é belo
almas interiorianas não são
almas que se fecham em si mesmas
mas almas que se sentam em banco de praça
sorvete nas mãos
riscos do vento
folhas amores suspensos
violoncelo
violão
(colagens de Fernanda Xavier)
sábado, 28 de setembro de 2013
Desabafo de nº 3
A rua continua a mesma. E as árvores em seus lugares.
Escrevo para conhecer outras avenidas, outros pastos, outras paisagens. Escrevo
para abandonar (mesmo que por poucos instantes) a rua que ainda é a mesma. Onde
fui feliz. Onde brinquei quando menino. E já era meia-noite, e minha avó
chamava, e eu, ignorando, brincava. Hoje, há silêncio. E eu escrevo. A rua.
Ainda é a mesma? Eu. Ainda sou o mesmo? O que muda, eu ou a rua?
sábado, 7 de setembro de 2013
Diário de silêncios
Há exatos quatro meses, passei um tempo da minha vida
acampado na beira de uma rodovia. Foram nove dias. Estava com o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), em um acampamento de resistência. O
objetivo dos acampados é conseguir a posse de um latifúndio improdutivo, que
fica logo atrás de onde eles estão, a Fazenda Fortaleza de Sant´Anna. Fiquei
apenas nove dias, mas as famílias que ali residem estão há mais de dois anos.
Essa é a vida real. De todo dia. Essa
experiência fez parte do XVI Estágio Interdisciplinar de Vivência da Zona da
Mata Mineira, o EIV.
Durante meu tempo de vivência fiz um diário, no qual relatei
sentimentos, narrei silêncios, descrevi personagens. Personagens reais. Durante
os quatro meses que se passaram pós-EIV, sempre me foi muito duro reler minhas
anotações, lembrar-me de tudo. As vozes,
os rostos, os cheiros, as cores. Me lembro de tudo com muita verdade. E penso
em voltar, em reencontrar aquela gente, que também sou eu. Reencontrar-me descalço,
nu por inteiro, aprendendo com o Movimento a ter desconfiança do mundo e fé na
força do povo.
Nunca tinha conseguido reler todo o diário, bastava um
parágrafo e a dor voltava, esmagando o meu dia, a minha madrugada. Fechava o
diário. Largava de lado.
Mas uma experiência assim não serve para ficar guardada na
estante. É preciso reabrir o caderninho e contá-la de novo. Contar para quem
quiser ouvir, inclusive para mim, que há gente morando na beira da estrada,
porque não tem terra e casa. Sabe casa com parede e tapete na porta? É preciso
contar ao mundo que o sistema segrega e o capitalismo mata. Mas é preciso
contar também que há fé e há resistência. Que existem pessoas com brilho nos
olhos, ainda que cansados. São dois anos de acampamento. Três de movimento. É
preciso contar ao mundo a história do povo. E é por isso que, corajoso, resolvi
reabrir o diário e reviver tudo aquilo, por mais que as lembranças ainda não
tenham se assentado. EIV é digestão constante.
O acampamento se chama Dênis Gonçalves e fica na Zona da
Mata Mineira, próximo às cidades de Goianá e Juiz de Fora. É foco de
resistência do MST, lugar onde a bandeira vermelha trepida e os sonhos existem.
Resistem.
Há pouco tempo, saiu a emissão de posse para o Dênis. Isso
quer dizer que os trabalhadores deixarão o acampamento para, enfim, entrarem
legalmente na Fazenda e constituírem o maior assentamento do estado de Minas
Gerais. Já é hora de levantar paredes, colocar tapete na porta, plantar,
colher, trabalhar na terra e do chão ver nascer os frutos.
É tempo de florir flores vermelhas,
reabrir o diário,
contar uma história.
Ou várias.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
domingo, 1 de setembro de 2013
Recordações da Casa dos Mortos
“Em Tobolsk vi, uma vez, um detento chumbado na muralha por uma
corrente de menos de dois metros. Estava acorrentado por causa dum crime
nefando cometido já depois de sua vinda para a Sibéria. Alguns desses detentos
há que ficam assim durante cinco, dez anos. Trata-se quase sempre de pena
imposta a latrocidas. Além desse, vi um outro que parecia de boa proveniência
social. Fora, antes, funcionário não sei de qual repartição, seu modo de falar
era cortês e resignado, e o seu sorriso untuoso. Mostrou-nos suas cadeias,
explicou-nos como escolhia o jeito melhor para dormir no seu catre. Devia ter
sido uma boa ave de rapina! Por costume aturam aquilo com paciência, parecendo,
por fim, indiferentes. No fundo, porém, pensam na vez de se verem livres das cadeias.
E para quê? Ora, para quê! Para, deixando aquela masmorra de abóbada baixa e de
muralhas espessas, irem para um presídio com um pátio onde possam andar... Só,
e nada mais. Liberdade, rua, estrada? Nunca mais! Cada um deles sabe muito bem
que os que são acorrentados à bossagem ficarão perpetuamente no presídio, até a
morte, com algemas nos pulsos e nos tornozelos. Sabe disso e, todavia, sua mais
bela esperança, seu mais ardente desejo é que o tempo de viver chumbado às
lages passe logo. Como suportaria estar assim, acorrentado durante cinco ou
mais anos, se não embalasse essa esperança? Morreria ou endoideceria. Sem tal
crença, como resistir?”
(Dostoiévski,
Recordações da Casa dos Mortos, 1861)
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Fui pra rua
“Chegou e entrou pelo corredor com tijolos à vista e o piso
cheio de buracos. Pediu para abrir a tranca, o responsável demorava a chegar,
gritou para alguém abrir e finalmente uma senhora, negra, 45 anos de idade,
aparecem, tira uma peça de ferro da cintura, parecida com uma chave de roda e,
ao girar a peça, a porta abre e ele entra.
Na porta, alguém se apresenta, branco, alto, cabelo curto,
não pega na mão.
- Estou vendo alguém para ficar com eles.
Uma mulher se aproxima, diz para o jovem branco que tem um
substituto, ele insiste em outro, parece que ninguém quer a missão de ter de
ficar com os alunos.
- Pra mim é tranquilo, eu dou conta, não precisa da presença
de um professor, se vocês quiserem.
- Você não conhece os alunos, não tem noção do que eles são.
Ele insiste que não precisa de ninguém, pergunta se os
livros da mala estão na mesa.
- Estão, aviso sempre eles, ‘não rasga o livro, não risca,
do jeito que está vai voltar para outros usarem’.
Ele contra-argumenta.
- Não preciso disso, senhora, todo mundo tem direito de
rasgar um livro se quiser, livros não são só para serem amados, tem livro que é
horrível, então, para quem num teve contato nenhum, tudo vale.
- Mas o senhor não sabe, eu lido aqui com traficante, com
ladrão de carro, com furto mesmo, e sei do que tô falando, falo pra eles que o
livro tem chip, que a gente sabe onde
tá cada um.
Ele ouve essa nojeira saindo da boca dela, um monte de lixo
como o que tem na margem da represa do próprio Grajaú, o mesmo monte de lixo
que ele vê nas esquinas quando foi pro Guacuri. Olha para o pátio e não vê
ladrões, assassinos, menores, vê crianças querendo ter uma oportunidade de
aprender.
O pátio está imundo, ele anda com a mala de livros. Desde
que decidiu fazer um projeto para estimular a leitura, nunca pensou que seria
assim, que voltaria tão desgostoso de cada evento. Foi ao banheiro, procurou
uma privada para urinar, mas só existiam buracos no chão, olhou para a mala com
os livros, que sentido fazia tudo aquilo? Deixou a mala no banheiro e saiu da
escola.”
(Ferrez, julho de 2013, Revista
Fórum)
Assinar:
Postagens (Atom)