"Através, um durante", meu segundo livro, reúne crônicas que escrevi entre 2014 e 2022 e publiquei virtualmente. Fui percebendo, ao longo do tempo, que, apesar de terem sido escritas em momentos diferentes, havia entre elas diálogos, pontos de contato, trajetos comuns. Então, decidi publicar esse livro, que foi tão bem acolhido pela Editora Tamboril, primeira casa editorial da minha terra, Pirapora (MG).
Um livro que me pôs em movimento. Foram dois lançamentos, um em Pirapora (MG), outro em Buritizeiro (MG), numa e noutra margem do Rio São Francisco, assim como foram as duas oficinas de escrita, "Escrever com os pés", a distribuição de livros em escolas, os encontros, as dedicatórias. Eu não sabia bem como atuar nesse teatro de ser escritor, mas aprendi alguma coisa nesses rituais todos, embora eu ainda não saiba o quê.
Nos quinze primeiros dias do mês de junho, vivi tantas novas travessias que, durante esse intervalo de tempo, eu não pude senão viver. Não consegui narrar. Na verdade, até agora, eu ainda não disse algo consistente sobre esse livro, e isso porque não consegui, simplesmente. Eu estava cuidando de apenas me movimentar. E mesmo agora, enquanto me desloco de ônibus de Pirapora em direção a Belo Horizonte, eu também sinto que não consigo dizer - ou tocar.
O que é mais curioso é que esse livro talvez seja exatamente sobre isto: o que acontece enquanto eu me desloco. Um registro íntimo das passagens. Crônicas que registram os meus pés no espaço. As janelas.
Caminhar basta, escrevo em determinado ponto do livro. Toda a sabedoria consiste em ordenar os passos, mais nada.
Nos quinze primeiros dias do mês de junho, vivi tantas novas travessias que, durante esse intervalo de tempo, eu não pude senão viver. Não consegui narrar. Na verdade, até agora, eu ainda não disse algo consistente sobre esse livro, e isso porque não consegui, simplesmente. Eu estava cuidando de apenas me movimentar. E mesmo agora, enquanto me desloco de ônibus de Pirapora em direção a Belo Horizonte, eu também sinto que não consigo dizer - ou tocar.
O que é mais curioso é que esse livro talvez seja exatamente sobre isto: o que acontece enquanto eu me desloco. Um registro íntimo das passagens. Crônicas que registram os meus pés no espaço. As janelas.
Caminhar basta, escrevo em determinado ponto do livro. Toda a sabedoria consiste em ordenar os passos, mais nada.
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Sinopse
"Através, um durante", de Douglas Ferreira, reúne crônicas que se dedicam a registrar pequenas travessias geográficas e íntimas. São muitos os trajetos percorridos pelo narrador caminhante: atravessar uma trilha, um quarto, o caminho entre a praça e a casa, a própria casa, a distância superável por uma carta, a distância entre duas cidades, dois países estrangeiros, duas línguas, duas personalidades distintas, o abismo entre um filho e um pai. Trata-se de um narrador que expõe também como atravessar a própria escrita. Através do procedimento da montagem e da colagem, compõe frases que vai escutando na boca do outro ou nas referências acumuladas pelo caminho. A paisagem barranqueira, lugar de partida dessas crônicas, sempre retorna ao texto, diretamente ou como eco, já que esse narrador está continuamente indo de um lugar a outro do mapa, fazendo fretes. Assim, neste livro, Douglas Ferreira afirma a identidade barranqueira como um lugar em constante movimento, permeado de partidas e de chegadas, de saídas e de retornos para casa.
Ficha técnica
Editora: Tamboril
Coordenação editorial: Rafael Oliveira
Capa: Sissa Morais
Projeto gráfico e ilustrações: Vinícius Ribeiro
Prefácio: Joaquina Nobre
Onde comprar?
Na Biblioteca Tamboril, em Pirapora-MG, nas redes sociais da Editora Tamboril ou diretamente comigo.
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