sábado, 20 de agosto de 2011

Quem faz as minhas suturas



                Não há médicos, psicólogos, conselhos. Há música.

                Em dias normais ouço tudo que gosto: Arctic Monkeys, Chico Buarque, Little Joy, Marcelo Camelo, Cazuza, Carpenters, Suede... No entanto, em dias tristes, quando me tranco dentro de mim e as lágrimas denunciam o meu estado, não há lugar para nenhuma outra banda, só cabe uma, a melhor: Los Hermanos. Obviamente também a ouço em dias felizes ou corriqueiros. Mas na melancolia, ela é única. 

                É impressionante o poder que os Hermanos têm de me cicatrizar. E o quão terapêutica é a voz arrastada do Amarante e os seus versos cheios de sutilezas, perguntando-me:

“E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz, quem então agora eu seria?”
(O velho e o moço)

                Sem falar nas belas canções do Camelo, que especialmente nos últimos dias deram voz e acordes a tudo que sentia, às conclusões as quais cheguei:

“E ao amanhã a gente não diz”   
(Pois é)


“Se existe Deus em agonia
Manda essa cavalaria
Que hoje a fé me abandonou”.   
(O pouco que sobrou)


“O mundo todo é hostil.” 
(De onde vem a calma)


“Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder.”   
 (De onde vem a calma)

 (...)

 Ás vezes eu só deito na cama, coloco o último CD (4) e deixo que as letras e arranjos façam o seu trabalho. Após ouvi-lo por algumas vezes, levanto bem, pronto pra outra. Funciona com o stress, o desespero, o cansaço. Funcionou essa semana mais uma vez e funcionará de novo, quando necessário. É o meu remédio. Com ele, tudo fica melhor.

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