domingo, 15 de junho de 2014

Tentativa de resenha: “E a sua mãe também”, Alfonso Cuáron

Brenda,
a gente cresce, a vida caminha desenfreada, deixando os restos para trás, sem dó, sem pausa, avança, avança, e a gente se perde, a gente se desencontra, para depois se reencontrar, para depois se perder outra vez, depressa, espuma, vento, invisível, falta de ar. Assisti a “E a sua mãe também”, filme mexicano de 2001, do diretor Alfonso Cuáron. Ele conta a história de três pessoas – dois adolescentes descobrindo sua sexualidade e uma moça que chora –  três pessoas indo juntas pela estrada em direção a uma praia que pode não existir, imaginada. O ponto de chegada é sempre um novo ponto de partida carregado de mistérios. Após o término, deitei-me na cama e fiquei me contorcendo de dor, porque, como você disse um dia, ‘poesia dói demais, Roberto’. Perdi um amigo em função do tempo e de ter encontrado, um dia, a praia que achávamos que pudesse existir. O encontro me levou a desencontros e a novos lugares. Valerá a pena insistir? Valerá a pena continuar na estrada, tentando? Assista ao filme, depois me conte o que achou. Me senti como se caísse uma pedra muito grande dentro de mim, e do impacto surgissem ondas,  ondas d’agua querendo atingir a margem, sem atingir. 



(do filme E a sua mãe também, de Alfonso Cuáron, México, 2001)

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